“Então houve uma tremenda comoção de gritos e
lamentações. Alguns brigavam para apanhar o dinheiro. Os mercadores
amaldiçoaram-me chamando-me de malvado, dizendo que eu fazia o trabalho de
Belzebu e outros mil demônios mais. Os Sacerdotes, os Fariseus e todas as
pessoas que valorizavam os sacrifícios do Templo vieram correndo para averiguar
a causa do barulho e da confusão.
“Ouviram a história dos mercadores e se
sentiram tão ofendidos com meus atos que se lançaram aos gritos em condenações
e lamentos para assim impressionar os Sacerdotes, cada um protestando mais alto
do que seu vizinho, demonstrando seu horror pelo que eu tinha feito. Nunca
antes tinha se visto tal coisa no Templo. Até mesmo aqueles que antes tinham me
escutado estavam incomodados pela minha obstinação e se perguntavam que tipo de
homem eu poderia ser. Estavam juntos vendo os acontecimentos quando os Sacerdotes
e Fariseus se aproximaram e os convenceram de que eu tentava destruir tudo aquilo
no que acreditavam, pregando um “Deus” falso, totalmente contrário a qualquer coisa
que tinham ouvido falar nas sinagogas. Os Sacerdotes passaram a eles a sua
própria raiva ultrajada e convenceram-nos de que meu pecado também os
contaminaria, se continuassem a dar ouvidos às minhas loucuras.
“Aos poucos, as pessoas se convenceram de que
eu era uma má influência e que deveriam afastar-me do caminho antes que eu
pudesse transtornar a paz do país e atrair a ira do governador romano sobre
toda a Palestina.
“Meus discípulos, envergonhados pelo que eu
tinha feito, sigilosamente deixaram o lugar e esconderam-se entre as ruelas a
alguma distância do Templo. Quando mais tarde regressaram para onde eu estava,
demonstraram claramente que estavam profundamente incomodados com meus atos.
Perguntavam-se se eu tinha perdido o juízo, ou se tinha ficado louco
profetizando minha morte e depois fazendo aquelas coisas que provavelmente a
provocariam. Foi nesse momento que Judas, aquele que nunca havia abandonado verdadeiramente
suas crenças judaicas, começou a duvidar de que eu fosse verdadeiramente o
Messias. Fazia três anos que eu ensinava o povo e não se via nenhum sinal de
que o domínio Romano se enfraquecia. Três anos e as pessoas não estavam mais perto
da felicidade que eu havia prometido. E agora parecia que estava a ponto de converter-me
num perturbador da paz, fazendo cair a ira de Roma sobre suas cabeças. Judas
ficou sabendo que o Sumo Sacerdote Judeu queria se desfazer de mim e então ofereceu
seus serviços para me identificar, quando assim fosse pedido.”
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