“Pensei nos sacrifícios
de animais no Templo. Amando a todos os seres vivos da criação como eu amava,
esta prática era para mim uma abominação. E agora eu estava a ponto de ser
levado para a morte porque tinha me atrevido a pronunciar as palavras da
Verdade. E quando considerava o tão
pouco do meu conhecimento que tinha conseguido transmitir, perguntava-me por
que eu tinha sido enviado em tal missão!
“Senti de repente um
estremecimento de ressentimento e raiva se entrelaçar aos sentimentos habituais
de amor para com aqueles homens. Com certo cinismo, perguntava-me que sinal
poderia deixar que fosse uma recordação eficaz, para que os meus ensinamentos
retornassem a suas mentes quando já não estivesse com eles. Se podiam esquecer
tão rapidamente todos os meus ensinamentos sobre o “Amor do Pai” e desfrutar a
horrível história da Páscoa, enquanto eu
ainda me encontrava na mesma sala com eles – de que se recordariam quando
morresse como um “malfeitor” na cruz, a mais desprezível das mortes?
“Depois pensei que, se
o “derramamento de sangue” os comovia tanto, daria a eles sangue para que se recordassem
de mim! Com essas reflexões irônicas apanhei um pão, parti-o, passei-o a meus
discípulos e disse que o comessem. Comparei o pão partido com o futuro de meu
corpo partido e pedi que repetissem o “partir o pão e o distribuir” em lembrança do
sacrifício de meu corpo para trazer a VERDADE – a Verdade sobre Deus e a
Verdade sobre a Vida, a Verdade sobre o Amor.”